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domingo, 4 de setembro de 2011


Cabeça quente e confusões marcam empate de 1 a 1 entre

 Vitória e Icasa

Durante toda a partida, jogadores - e até os técnicos - protagonizaram confusões no campo e fora dele, com direito a duas expulsões

Vitória e Icasa dentro de campo, pela 21ª rodada da Série B. Time cearense lutando para se afastar da zona de rebaixamento e equipe baiana querendo aproveitar a boa fase para entrar no G-4. Objetivos definidos, estádio cheio. Ao fim dos noventa minutos, chuva de cartões amarelos, duas expulsões, dois gols e muita confusão no jogo que terminou em empate no Barradão. A palavra "confronto" nunca foi tão bem utilizada para servir como sinônimo de "partida de futebol".
Em meio a brigas e discussões que chegaram a envolver os treinadores, João Sales abriu o placar no primeiro tempo. Na segunda etapa, Neto Baiano descontou de pênalti e ainda provocou o adversário com dancinha na comemoração.
Com o resultado, além de mais uma súmula polêmica nos autos da Série B, o Vitória saiu com um ponto a mais na competição, mas estagnado na sexta colocação. Já o Icasa desceu uma posição e parou em 15º lugar. O Rubro-negro baiano volta a campo na próxima sexta-feira para enfrentar o Guarani, no Brinco de Ouro. O Verdão do Cariri recebe no Romeirão a Ponte Preta.
Primeiro tempo: futebol sem brilho e cabeça quente
Se o futebol sem brilho visto no Barradão não tirou o fôlego da torcida na arquibancada, a emoção rolou solta dentro de campo. O primeiro tempo da partida não foi referência de técnica, mas deu o que falar. Prova disso é que o Icasa abriu o placar aos 14 minutos com um chute sem jeito de João Sales. A sorte do atacante é que o goleiro Fernando teve menos “jeito” ainda para tentar a defesa.
A esta altura o clima já estava tenso dentro de campo. Neto Baiano e Marcelo Pitol já haviam se desentendido duas vezes. Por volta dos 27 minutos, o atacante do Vitória se envolveu em um novo bate-boca que rendeu cartões amarelos e até discussão entre os técnicos. No meio de campo, Neto se chocou com Guto, que protestou, e Uelliton já chegou empurrando. A confusão entre os jogadores se generalizou. Para acalmar os ânimos, o árbitro advertiu Uelliton e Guto com amarelo. No entanto, na beira do campo, Vagner Benazzi e Márcio Bittencourt perdiam as estribeiras e trocavam xingamentos.
O primeiro tempo seguiu sem maiores sobressaltos, mas com braços e pernas altas demais em divididas de bola, em um reflexo da tensão que permeava a partida. O Vitória ainda tentou driblar os nervos à flor da pele, mas não conseguiu balançar as redes.
Aos 29, Neto Baiano não chegou a tempo de pegar um ótimo cruzamento de Fernandinho e a bola passou com perigo em frente ao gol de Marcelo Pitol. E Uelliton poderia ter apagado a mancha do cartão amarelo se o goleiro não tivesse defendido, no cantinho, a bela bicicleta do volante rubro-negro. Aos 40, de longe, João Sales ameaçou fazer o segundo do Icasa, mas Fernando salvou para se redimir da falha que originou o primeiro tento.
lance do jogo entre vitória e Icasa série B (Foto: Valter Pontes / Agência Estado)Na partida dos ânimos exaltados, Vitória e Icasa empatam no Barradão (Foto: Valter Pontes / Ag. Estado)
Segunda etapa: pressão do Vitória e... cabeça quente
No segundo tempo, o Vitória voltou a campo disposto a correr atrás do tempo perdido. Pressionando o adversário, o Leão teve a seu favor a entrada de Geraldo, que, em dupla com Neto Baiano, começou a criar oportunidades de empate. O Icasa perdeu duas boas chances logo no começo da segunda etapa e, em seguida, voltou ao esquema da cabeça quente visto na primeira parte do confronto.
Se a confusão da primeira etapa não havia sido suficiente, Guto fez um esforço e foi expulso na segunda. Depois de derrubar Alison no meio de campo, o meia do Icasa levou o segundo amarelo e foi para o chuveiro mais cedo. Logo depois, seguindo a regra do nervosismo dentro de campo, o goleiro Marcelo Pitol também deixou sua marca. Cercado pelos companheiros, o arqueiro reclamou com o auxiliar sobre uma possível falta do zagueiro Alison e se jogou no chão quando o assistente tocou o dedo em seu rosto. Pela simulação de agressão, amarelo para Pitol.
Apesar dos sobressaltos, o Vitória tentava a todo custo igualar o placar. Com a vantagem de ter um a mais em campo, Vagner Benazzi não teve medo de partir para cima: Geraldo no lugar de Lucio Flavio, Geovanni substituindo Neto Coruja e Fábio Santos na vaga de Alison. O Leão assustava e não saía do campo de ataque. Mas a sorte não ajudava...
Neto Baiano tentou, mas errou o chute. Geovanni, mesmo mancando, mandou o dele, mas a bola provocou e foi para fora. Nino bateu para o gol, e a pelota repetiu a trajetória do chute de Geovanni. Era pressão rubro-negra, acompanhada de ansiedade na finalização.
Se o gol não vinha na técnica, o jeito era fazer de pênalti. Aos 39, Janilson e Luís Ricardo fizeram um sanduíche de Fábio Santos na área. Neto Baiano converteu e comemorou com direito a dancinha esquisita no gramado.
Ânimos exaltados? Era só o que se via. Na arquibancada, a torcida dava um espetáculo. No gramado, Janilson não suportou a pressão e partiu para cima do árbitro. O meia perdeu a cabeça e ameaçou agredir o juiz. Resultado? Segundo amarelo e Icasa com dois e menos.
No finalzinho, Marquinhos ainda tentou fazer o segundo do Vitória. Mas Marcelo Pitol estava motivado pelas confusões da partida e fechou a meta do Verdão do Cariri.
Após o apito final, a polícia militar escoltou o árbitro Flávio Feijó de Omena, junto com os auxiliares. Mas, entre os jogadores, não havia policiais que segurassem a tensão. Mesmo sem bola rolando, os atletas das duas equipes voltaram a protagonizar cenas de violência, provocação e xingamentos sem constrangimento diante das câmeras de televisão.

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