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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O Rock in Rio começou ontem, mas já acabou…


Finalmente começou o Rock in Rio. E pena que já acabou. Só o metal pode salvar o mundo, nas palavras do insano vocalista Marcello Pompeu, do Korzus, após uma maravilhosa apresentação no dia do metal. Pode até ser. Mas com certeza o heavy metal salvou o festival.Após o show do Metallica, nesta madrugada, ficou uma sensação de que nada aconteceu nos dias anteriores, onde o rock praticamente não apareceu. Deu dó do Red Hot Chili Peppers, com sua apresentação burocrática e previsível. Até o estranho, mas compeente, Coheed and Cambria, colocou os californianos no bolso.
Os metaleiros brasileiros tiveram um dia de Wacken Open Air, o grande festival de música pesada do mundo hoje. Matanza, Korzus, Angra e Sepultura simplesmente detonaram nos palcos secundários e mostraram a cara que o festival realmente deveria ter.
Matanza e seu convidado, B Negão, eram uma incógnita e surpreenderam a todos. Foram ovacionados e tiveram certa dificuldade de deixar o palco. Angra e Tarja Turnen esbanjaram competência e bom humor, vom a canrora finlandesa, ex-Nightwish, visivelmente emocionada com a recepção. Já o Angra mostrou-se muito mais pesado e rápido, o que atraiu muito mais gente para sua apresentação. De longe foi a melhor apresentação da banda neste século.
O Sepultura entrou com “sangue nos olhos’. O novo CD, “Kairos”, resgatou a honra dos primódios e fez uma apresentação furiosa e com energia transbordando por todos os lados. Tocaram com raiva, com muita vontade e deixaram claro que estavam no palco errado – tinham de estar ao lado de Motorhead e Metallica. “Kairos”, “Territory” e “Roots Bloody Roots” colocaram o palco abaixo.
O Korzus também não perdoou: fez tremer o Rock in Rio com versões muito pesadas e insanas de faixas do mais novo disco, “Discipline of Hate”, mostrando a sua força e competência ao lado dos convidados, chamados de Punk Metal All Stars, com destaque para João Gordo, do Ratos de Porão – que ignorou as provocações e xingamentos de traidor – e o guitarrista Gary Holt, do Exodus.
No palco principal, o que parecia ser uma tragédia até que foi passável. O Gloria mudou um pouco suas características e tocou com afinação baixa e equalização lá em cima, com dois vocalistas se esforçando para cativar a horda de inimigos que vaiaram sem dó. Não conseguiram convencer ninguém que eram metal, memso com os urros de um dos vocalistas, mas ganharam um pouco de trégua com covers do Pantera.
O Coheed and Cambria mostrou que metal experimental bem feito pode agradar desavisados. Sem o peso absurdo de uma banda thrash e sem as longas e entediantes viagens progressivas, fez uma apresentação concisa e econômica, apostando em temas com mais peso e com alguns solos interessantes de guitarra. Acertou em cheio e foi muito aplaudido.
O Slipknot fez aquilo que se esperava: muito barulho e pouca consistência. A fórmula desgastada do new metal cansou, com uma lista de músicas sem grandes novidades. Houve muita micagem, muita estrepulia, alguns efeitos especiais e um instrumental apenas correto, mas nada que fosse suficiente para apagar a mágica de Lemmy Kilminster e do Motorhead. O Slipknot teve o azar de tocar depois do demolidor trio inglês. Ficou bem ruim para os caras.
Quanto ao Motorhead, fizeram aquilo que esperado: um show maravilhoso, dezenas de clássicos e muito peso. Os rivais perfeitos para o Metallica. E o trio deu tudo o que todos queriam, um rock and roll sem frescuras, direto e sem perda de tempo e uma velocidade alucinante. “Killed by Death”, “Metropolis”, “Stay Clean”, “Over the Top”, “Going to Brazil” e muitas outras em um desfile de hits que tirou o fôlego – e tudo isso ainda contou com uma participação especial de Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura.
A missão do Metallica era ingrata, mas o quarteto não pareceu se importar com isso. Afiados e em grande forma graças à longa turnê Big Four, com Anthrax, Slayer e Megadeth. Fazia tempo que não se via um Metallica tão descontraído e sorridente nos palcos. Parece que esse Rock in Rio tem o dom de estimular o melhor de cada artista, mesmo aqueles que estão totalmente deslocados.
O começo foi arrasador e suficiente para dirimir qualquer dúvida sobre a qualidade do Metallica atual: “Creeping Death”, “Ride the Lightining”, “Cyanide”, “Fuel”, “Fade to Black” e mais uma saraivada de hinos. Com o público mais do que ganho, o Metallica apenas saboreou uma performance perfeita. Eles prometeram e entregaram um evento memorável, que honrou o nome Rock in Rio, ao menos por um dia.

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