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quinta-feira, 15 de setembro de 2011


Campeão nos últimos anos, 3-5-2 é abandonado neste Brasileirão

Esquema usado pelo São Paulo na conquista do tri só tem um remanescente neste ano: o América-MG




Texto:
Foto: AE
Pelo São Paulo, Muricy Ramalho conquistou três títulos Brasileiros usando três zagueiros

Ele esteve presente nos últimos cinco times campeões brasileiros, mas nessa temporada parece ter sido abandonado por quase todos os treinadores da Série A. O esquema 3-5-2, usado por Muricy Ramalho no tricampeonato com oSão Paulo, em 2006, 2007 e 2008, por Andrade, em metade da campanha do Flamengo em 2009, e em parte da campanha do Fluminense, em 2010, novamente com o Muricy Ramalho, só tem sido visto neste Brasileirão quando o América-MG entra em campo.
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A equipe mineira é a única a usar regularmente a formação, que caiu em desuso na Europa desde a década passada, e agora parece também não ter mais adeptos no Brasil. Durante muito tempo, sinônimo de equipes com três zagueiros, o técnico Muricy Ramalho se descolou da imagem de fã do esquema. Desde sua chegada aoSantos, em abril deste ano, o treinador tem atuado com uma linha de quatro na defesa. Ele explica que o esquema era necessário pela falta de laterais que soubessem marcar e até mesmo pela pouca quantidade de meias para organizar o jogo.
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"Simples. Às vezes esses times têm laterais. O grande problema é que na base dos clubes não tinham mais laterais, tinham alas. Os times estão apreendo e criando laterais agora. Isso favorece você montar um time com uma linha de quatro na defesa. Nossos laterais são alas, não jogavam como laterais. Nós estávamos ao contrário do mundo. Agora estamos com uma nova mentalidade. Estamos fazendo laterais e meias também”, disse Muricy Ramalho. 

Tendência mundial
Na última Copa do Mundo, apenas Argélia, Nova Zelândia e Chile atuaram no 3-5-2 entre todas as 32 seleções. Nos campeonatos europeus, o esquema ainda é usado por algumas equipes no campeonato italiano, como Udinese e Napoli, mas praticamente inexiste na Inglaterra e na Europa. Com laterais muito mais preocupados com a defesa, o uso de três zagueiros lá é visto de maneira contrária, como uma tática muito ofensiva, enquanto no Brasil o estigma ainda é de 'retranca'.
Foto: Satiro Sodré/Divulgação AGIFAmpliar
Caio Júnior acha que esquema prejudicou a formação de laterais nas categorias de base
"Isso é uma tendência mundial. Há muito tempo o 3-5-2 foi abolido na Europa e nas Copas do Mundo, raramente vimos equipes assim. O Brasil foi um dos últimos países que ainda manteve esse desenho de jogo, que vem contra a nossa característica de futebol de meio-campo, toque de bola. Isso atrapalhou muito a formação dos nossos laterais. Durante uma década ou mais, formamos jogadores que não sabem marcar, só atacar, pois tem a cobertura de três zagueiros. Isso foi ruim para nós", declarou o técnico doBotafogoCaio Júnior.
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Corinthians, que lidera a competição com 43 pontos, não atua com três zagueiros regularmente desde 2007. O último técnico que adotou o esquema no time do Parque São Jorge foi Nelsinho Baptista, no ano que o time caiu para a segunda divisão. O técnico Tite, que manteve o esquema 4-3-3, iniciado com o técnico Mano Menezes em 2008, comenta que é preciso manter a 'escola' e as características de uma equipe.

"Cheguei aqui e o time duas formas de jogar definidas desde o Mano Menezes. Ou losango, com três volantes, um meia e dois atacantes, ou num 4-3-3 que cai para o 4-2-3-1, de bastante movimentação dos atacantes mais abertos. É importante ter variações, mas elas precisam respeitar a característica que o time carrega", disse o técnico corintiano.

Exemplos mal sucedidos
Flamengo, que usou o esquema com três zagueiros em mais da metade da campanha do título de 2009, atuou no 3-5-2 apenas uma vez neste Brasileirão, mas o resultado foi desastroso: derrota de 4 a 1 para o Atlético-GO e o fim da invencibilidade no torneio. O jogo marcou a estreia do zagueiroAlex Silva, substituído no intervalo, quando o Atlético-GO já vencia por 2 a 0.
Foto: Agência O GloboAmpliar
Na estreia de Alex Silva no Flamengo, com três zagueiros, equipe perdeu de 4 a 1
Porém, ao comentar a derrota, o técnicoVanderlei Luxemburgo não considerou a mudança tática como responsável pela pesada derrota em casa. 

“Eu tirei o Alex Silva porque tinha que fazer uma mudança. Ele estava sem jogar há três meses. Tem qualidade e, gradativamente, vai ocupar o espaço dele no time”, comentou Luxemburgo. “Foi aquele jogo em que nada deu certo. Poderia ter três, quatro ou cinco zagueiros, 10 atacantes, que não adiantaria”, emendou o treinador, que não repetiu mais a formação depois daquela derrota.

São Paulo, clube que conquistou uma Copa Libertadores, um Mundial Interclubes e três Campeonatos Brasileiros no 3-5-2, também atuou com três zagueiros em uma partida neste Brasileirão, no empate por 1 a 1 contra o Palmeiras. O técnicoAdílson Batista não descartou usar a formação em outras oportunidades, mas não repetiu mais o esquema.

"O São Paulo ganhou três títulos brasileiros seguidos não descartando os três zagueiros e com o Borges fazendo bastante gol com o Dagoberto. É bem possível ser uma equipe compacta dessa forma. O Denilson dava a sustentação para os zagueiros, mas com sua contusão, não vejo um ateta para exercer a função. Acredito que com três defensores vamos estar bem protegidos, e damos liberdade para os alas avançarem", disse o treinador.

Já o América-MG, que atuou em 12 jogos com o 3-5-2 e tem sido a única equipe a utilizar o esquema regularmente, segue na lanterna da competição, com apenas 18 pontos somados. 
Foto: AEAmpliar
América-MG tem sido única equipe 'fiel' ao esquema 3-5-2 neste Brasileirão
Mudança dos laterais
Uma das alegações de muitos treinadores para utilizar o 3-5-2, a falta de laterais que primeiro defendem com qualidade, para depois atacar, tem sido combatida nas categorias de base de muitos clubes. No Internacional, os dirigentes constataram que o esquema tático estava sendo adotado também em muitos times das categorias de base, formando apenas alas. 

Foi feito o pedido para que os treinadores da base adotassem times com linhas de quatro jogadores na defesa, para melhorar a formação de laterais, algo que tem sido feito há alguns anos para tentar a formação de um lateral que dê resultado no time de cima, setor carente na maioria dos clubes brasileiros.

No Botafogo, durante um período neste Campeonato Brasileiro, o técnico Caio Júnior realizava um rodízio na equipe. Em partidas com maior preocupação defensiva, o titular era Alessandro. Em outro jogos, com mais espaço para atacar, Lucas era o dono da posição, já que atuava praticamente como um ala. Apenas quando apresentou uma evolução defensiva, Lucas se tornou dono da posição.

"Estou procurando sempre durante os treinamentos me adaptar mais na marcação, me aprimorar com os profissionais, ouvir o que a comissão técnica fala. Procuro conversar com o pessoal da defesa, eles vêm me orientando e acredito que já melhorei bastante, é visível isso. Quanto mais versátil o jogador for, mais fácil de jogar, ser escalado. Acho que agora estou mais equilibrado. Tem que saber a hora certa para apoiar e a hora certa de marcar, dosar para ajudar a equipe a alcançar as vitórias", declarou o lateral-direito.

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