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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

10 Razões Por Que o Mundo Não Vai Acabar em 2012





Fim do Mundo
Esse artigo foi escrito à quatro mãos por Anna Ingrid e j. noronha, em uma noite de MSN, bloco de notas e a habitual má vontade com a vida, o universo e tudo mais.
Desde que o mundo é mundo, ele vem acabando regularmente, ao menos
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para pessoas que se vivessem em outra época teriam a queima de bruxas como passatempo.
O fato é que o mundo tem sobrevivido a coisas muito mais graves do que qualquer espécie de profecia apocalíptica, vai vendo.

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Anos 80

Os anos 80 foram a vitória da esperança sobre a experiência.
O ser humano saiu das cavernas, quase foi extinto em várias situações e sobreviveu.
Sobreviveu para usar aqueles cabelos constrangedores e calças na altura do umbigo, que por sinal acabaram sendo proibidas pela convenção de Genebra, mas estão de volta a ativa, pelo que eu vejo por aí em filas de supermercado.
Não sei o porquê, mas, como tudo só piora, o próximo passo é voltar o cabelo da Cindy Lauper no tempo em que só queria se divertir.

Legião Urbana

Renato Russo, como todo bom músico rebelde brasileiro, vinha de uma família classe média sofre.
Isso, em uma época onde não existia internet, significava que ele tinha acesso aos álbuns piratas que só tocariam no rádio uns 3 anos depois, fazendo com que suas versões brasileiras do desalento dos Smiths e da boiolagem dos Pet Shop Boys parecesse original ao grande público.
Isso explica porque o atual público jovem de Legião Urbana e suas letras deprimentes-rivotril-ah-como-eu-sou-profundo é aquele com alguma dificuldade de instalar alguns apps no iPhone.
Se você já assistiu ao clipe de Being Boring, viu que qualquer semelhança com aquele CD em italiano do Renato Russo não é mera coincidência.
Numa linha soft de Renato Russo, tem aquela outra banda que é Legião Urbana com baixo
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orçamento e seria o grande hit se, bem, não tivesse o original, o Catedral.
É a mesma voz de vocalista, as músicas são igualmente ruins, mas eles estão sempre de preto e são menos deprimidos nas composições, embora sejam mais deprimentes por estarem copiando Legião Urbana.

Padre Marcelo

Padre Marcelo
No meio de tanta confusão e violência, e mais importante do que descobrir quem matou Odete Roitman, a maior dúvida brasileira sempre foi descobrir pra onde iam os animaizinhos de dois em dois.
A dúvida ganha uma versão mais macabra com Xuxa – aquela que tinha pacto com o demônio quando você rodava o vinil de trás pra frente – quando cantou que os patinhos foram passear atrás da montanha e nunca voltaram.
Metáfora da morte? Zoofilia? Mensagens subliminares de cunho pansexual para crianças que cresceram amando Justin Bieber e achando que Edward Cullen é o tipo masculino ideal?

Modelos e Atrizes

Modelos e atrizes passaram por um processo evolutivo curioso.
Se você é velho o suficiente para lembrar da Xuxa gostosa, lembra que ela tinha curvas arredondadas, diria até na medida certa.
Então chegou um momento que o negócio era ir para a academia e só sair de lá transformada numa versão menos feminina que o Schwarzenegger de peruca.
Algumas até parecem o Stallone hoje, de tanto botox.

TOC, Transtorno Bipolar, Insônia…

Um dia você acordou e todo mundo tinha um problema psiquiátrico. Pior de tudo, agora era moda ter um problema.
Você não perde o sono, tem insônia.
Você não tem um tique nervoso, tem TOC.
Você não fica mais mal humorado, tem Transtorno Bipolar.
Enquanto isso os laboratórios esfregam as mãos e preparam mais uma carga de Rivotril.

Dançarinas (É o Tchan e Afins)

Só ter sobrevivido a Carla Perez já é uma proeza que mostra o quanto o imaginário erótico brasileiro ainda não tinha se curado dos anos de ditadura militar e do poder das aulas de moral e cívica.
Carla Perez

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Big Brother

George Orwell está até hoje dando voltas e mais voltas no túmulo, desde que soube o que fizeram por conta de seu livro.
Todo ano é a mesma coisa, você atravessa o verão ouvindo gritos de “vai guerreira”.
Porque ser um Big Brother implica em ser empolgado, aquele tipo de pessoa que se empolga até em fila do SUS.
No Big Brother todos são verdadeiros e merecem ganhar, até porque você tá cheio de amigos promoter, personal qualquer coisa…
Até que o Big Brother acaba, já que não há mal que sempre dure, e daí vem a parte pior. Todo ex-BBB ataca de DJ. É a maior popularização dos novos modelo-atriz.
Como é muito batido dizer modelo-atriz, então eles usam essas novas profissões sem carreira, tipo promoter, DJ, consultora de eventos aleatórios.
Recapitulando:
Coletivo de piranha = modelo e atriz.
Coletivo de modelo e Atriz = BBB.
Coletivo de ex-BBB = Atacantes de DJ.

Minisséries da Globo

Houve um tempo em que minissérie brasileira, para o bem ou para o mal, tinha uns 10 ou 15 capítulos e uma história com início, meio e fim.
Daí um gênio decidiu que minissérie que se preze tem que durar no mínimo 2 meses e ser pelo menos tão chata quanto uma novela.
Nesse momento as minisséries tradicionais, aquelas que não duram tanto quanto um mandato de prefeito, passaram a explorar toda a criatividade malemolente dos redatores, gerando histórias que são um sucesso de crítica e um WTF de público.

Mulheres Frutas

Um belo dia alguém decidiu que quanto mais melhor, e nasceu a primeira mulher-fruta. Daí para a frente, seguiu-se essa lógica e deu no que deu, tem que ser a mais bunduda, a mais ignorante e, em vários casos, a mais feia.

Vampiros com Glitter

Vampiros
Vampiros com glitter, lobisomem depilado, mulher com sérios distúrbios emocionais.
Muito tempo atrás, Bram Stoker deu vida a todo um imaginário popular e criou um personagem genial e assustador. Anos depois, uma mulher teve um pesadelo onde um vampiro se apaixonava por uma humana.
Entenda, a ideia não é exatamente ruim. É como amar um porquinho, o Babe, você ama, mas quer bacon no seu sanduíche.
O dualismo é interessante, mas faz você pensar: quando um dos maiores sucessos da literatura contemporânea é pior que uma nota de rodapé de qualquer livro do Stephen King, algo está muito errado.
A garota é uma coisa que não existe no mundo de hoje fora do islamismo ou de algumas tribos africanas. Ela é absolutamente incapaz de produzir qualquer vontade própria, as grandes mulheres da história devem estar cavando as próprias covas mais fundo pra se esconder de Bella Swan.
Ela quer virar vampiro e deixar todo o mundo que conhece por conta de um vampiro que é um híbrido de Sininho, Charlie Brown e o fundador do emocore, que na verdade não é uma ameaça porque, como Ney Matogrosso, vira homem lobisomem, digo, vampiro, mas quando é homem (ou vampiro) não faz medo pra ninguém.
E por ele ela se afasta dos amigos, principalmente aquele fortão bonito de barriga de tanquinho que já manifestou interesse por ela, da mãe, do pai, das amigas e até do carro dela.
Aí depois ela achou pouco e foi depilar lobisomem, que é o novo pentear macaco.
Se não fosse um livro para adolescentes aprenderem a se anular diante da vida e dos caras por quem são obcecadas, mas uma história real, Bella apanharia do Edward.

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