Extremistas atacam Embaixada dos EUA no Afeganistão

Outras representações diplomáticas também foram atacadas - além do QG da Otan

O grupo extremist afegão Taleban realizou ataques contra a Embaixada dos Estados Unidos em Cabul (capital do Afeganistão), nesta terça-feira (13), segundo a polícia.

Homens armados com fuzis AK-47, foguetes e granadas dispararam contra o edifício e atacaram também o quartel-general da Otan (a aliança militar ocidental).

Ao menos seis explosões foram ouvidas, simultaneamente a disparos, no centro da cidade – na região que concentra as embaixadas de outros países. Imagens da TV local mostraram um veículo em chamas, uma bicicleta jogada no meio de uma rua e pessoas correndo assustadas.

A polícia e forças de segurança bloquearam ruas e interditaram o quarteirão onde fica a Embaixada dos EUA e outras representações diplomáticas.

O porta-voz do Taleban Zabihullah Mujahid confirmou, segundo a agência de notícias Reuters, que diversos membros do grupo tomaram posições de tiro para atacar os prédios das embaixadas na capital.

- Os alvos principais eram a agência de inteligência e o edifício de um ministério.

Ele disse que não podia reveler o número de membros do grupo que estavam envolvidos enquanto a operação estivesse em curso.

Otan

O ataque ao bairro das embaixadas ocorreu pouco depois de um atentado com um caminhão-bomba contra o QG da Otan – no qual ao menos quatro civis afegãos morreram e 77 soldados americanos ficaram feridos.

Agosto foi o pior mês para as tropas americanas no Afeganistão desde o início da invasão do país, em 2001, com um total de 67 soldados mortos, segundo dados do portal independente iCasualties.org.

No total, as forças da Otan (a aliança militar ocidental) no país - das quais dois terços são americanas - sofreram em agosto um total de 83 baixas (embora o balanço do ano tenha melhorado com relação a 2010).

Transferência de poder

No Afeganistão, já teve início o processo de transferência da responsabilidade da segurança às forças afegãs, e as tropas da Otan começaram um plano de retirada que deve ser finalizado em 2014. Como parte desse plano, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou em junho que seu país retiraria 10 mil soldados neste ano e outros 23 mil no ano que vem.

Os talebans continuam tendo uma notável presença em amplas zonas do país, e nos últimos três anos aumentaram suas ações para alcançar a retirada das tropas estrangeiras e implantar um regime fundamentalista islâmico.